Apresentação

Este blog tem como objetivo divulgar e compartilhar meu trabalho na Psicologia, publicar produções e reflexões sobre minha prática, sobre a pessoa e seus relacionamentos. O nome Ser e Crescer engloba muito de como penso e vejo o ser humano e me dirijo às pessoas com quem trabalho. Remete à beleza do ser como e quem se é, ao respeito, à acolhida e à aceitação incondicional do ser, e ao impulso intrínsico para o crescer. Estou profundamente comprometida com cada pessoa que está diante de mim e com seu crescimento, sabendo que este crescer é realmente possível.







sábado, 21 de dezembro de 2013

Fim de ano

Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir; tempo para chorar, e tempo para rir; tempo para gemer, e tempo para dançar; tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las; tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se. Tempo para procurar, e tempo para perder; tempo para guardar, e tempo para jogar fora; tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo para calar, e tempo para falar; tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para a guerra, e tempo para a paz”. (Livro do Eclesisastes 3, 1-8 - http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/eclesiastes/3/).
Pensando no mês que estamos vivendo, final de 2013, e perto do início de um novo ano, lembrei-me deste trecho bíblico. Fala-nos de como cada coisa tem um tempo, uma duração. Não necessariamente há correspondência com o tempo cronológico: o abraço, por exemplo, não tem como ter tempo definido. Seria um tanto estranho se eu falasse para meu marido “amor, vamos ficar abraçados por 1min, que é o tempo que eu preciso!” Trata-se, assim, mais de um tempo subjetivo do que objetivo, do relógio. 
Pelo nosso calendário, 2013 está para terminar. Já se passaram 11 meses e alguns dias de trabalho, de estudo, de convivências, de encontros e desencontros, de lazer, de alegrias, tristezas, frustrações, mágoas, arrependimentos, reconciliações, conquistas, perdas, despedidas e novidades. Processos..., que acontecem ao mesmo tempo, já que a vida não para pra esperar que vivamos uma experiência de cada vez!
Acontece de, sem querermos, precisarmos dar “tchau” para pessoas que queríamos dar ainda muitos “ois”. Querer dizer palavras e compartilhar experiências que não foram possíveis de serem comunicadas. Ocorre de ter esperado muito por algo que acabou não acontecendo. Carinhos que ficaram sem ser dados. Encontros que ficaram desencontrados. Por outro lado, há objetivos que foram alcançados, há desafios que foram superados, há afetos que foram trocados; momentos de abrigo e proteção em meio a dificuldades, alívios em meio a dores.
Processos... E agora, o que fica? Penso que fica a presença. Presença eu comigo, pois as vivências que passaram estão aqui, no agora, e não em algum lugar estanque onde pudéssemos voltar e ajeitar ou viver um pouco mais. Presença comigo, presença com o outro. Muitas vezes temos dificuldade em aceitar o tempo, e queremos que algo aconteça, mas que não pode mais acontecer. Então, é importante ficar presente nisso, viver a experiência do não, e deixar o tempo ter seu tempo. Estar presente no abraço e no não abraço, para poder viver as duas coisas. Desejo, para você, um bom tempo de fechamento de 2013, em que você esteja com você, podendo acolher a si mesmo e viver esta experiência com os outros. 
* Texto publicado no Jornal Cidade Leste, edição de dezembro de 2013. 

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