Apresentação

Este blog tem como objetivo divulgar e compartilhar meu trabalho na Psicologia, publicar produções e reflexões sobre minha prática, sobre a pessoa e seus relacionamentos. O nome Ser e Crescer engloba muito de como penso e vejo o ser humano e me dirijo às pessoas com quem trabalho. Remete à beleza do ser como e quem se é, ao respeito, à acolhida e à aceitação incondicional do ser, e ao impulso intrínsico para o crescer. Estou profundamente comprometida com cada pessoa que está diante de mim e com seu crescimento, sabendo que este crescer é realmente possível.







segunda-feira, 20 de junho de 2011

O que é Gestalt-terapia?

A Gestalt-terapia é uma abordagem humanista existencial da Psicologia. Foi fundada por Frederick Perls e Laura Perls na década de 1940.
Gestalt é uma palavra que não tem tradução em português, de origem alemã, e remete ao todo, a dar forma, dar uma estrutura significante.
A Gestalt-terapia vê o ser humano como um todo integrado, considerando importante todas as suas dimensões: física, psíquica, social e espiritual.
           A Gestalt-terapia tem um foco na experiência e no processo, no “como” acontecem os relacionamentos, as atitudes, no “como” as situações são vividas. Busca a ampliação da consciência de si, entendendo consciência de forma ampla (consciência física, sensorial, cognitiva, emocional). Objetiva ainda propiciar a ampliação do potencial e a promoção da saúde.
A Gestalt-terapia se baseia totalmente no existencialismo dialógico, que tem como fundamento a filosofia da relação de Martin Buber. É, assim, uma abordagem dialógica, que valoriza os relacionamentos, e entende que o crescimento acontece a partir da relação com o outro. Relacionado a este princípio, está o conceito de contato, que na Gesltat-terapia é fundamental, e que também está intimamente ligado à busca da consciência. Entende-se saúde como boa qualidade de contato, englobando o contato intrapessoal, interpessoal e o transpessoal.
É uma abordagem fenomenológica. A fenomenologia é a busca da compreensão do que é revelado pela situação (seja pela pessoa, seja pelo ambiente), e não se preocupa com a interpretação do observador. Os fenomenólogos designam isto, o que é “óbvio”, como “dado”. A Gestalt-terapia se utiliza da experimentação para explicitar os fenômenos e facilitar a aproximação dos mesmos, buscando promover a ampliação da consciência.
Na Gesltat-terapia a pessoa humana é vista como uma “totalidade harmoniosa e produtora de vida”. Trata-se de uma psicoterapia centrada no homem, e que tem o homem como centro, em que parte do princípio de que ele tem “o poder de se recriar, de tomar posse de si mesmo, não obstante tenha de conviver com sua fragilidade, com a morte, com a doença, com o desespero” (RIBEIRO, 2009, p. 21 e p. 30).
            É uma psicoterapia que, embora considere o sintoma, vai para além dele, a fim de encontrar o processo e descobrir as possibilidades sem fim que moram em cada pessoa.  Tem como base uma concepção de pessoa como capaz de assumir suas responsabilidades por si mesma, no aqui-e-agora consciente, e de se relacionar construtivamente no mundo e com o mundo. Assim, a pessoa é capaz de se ajudar, de saber o que é melhor para si e escolher os melhores caminhos para tanto, sem perder seu referencial interno de lidar com o mundo, ainda que as aparências demonstrem o contrário (RIBEIRO, 2009).
            A Gestalt-terapia se aplica à psicoterapia nas diferentes modalidades (individual, grupal, familiar), mas também é uma abordagem que tem sido cada vez mais utilizada em outros campos de atuação da Psicologia, como no pedagógico, no empresarial, no social, na saúde comunitária, na escola e outros.

            Referências:
PERLS, Frederick S. Gestalt-terapia e potencialidades humanas. p. 19-27. In: STEVENS, John O. (org). Isto é gestalt. 2 ed. São Paulo: Summus, 1975.
PINTO, Ênio Brito. Psicoterapia de curta duração na abordagem gestáltica: elementos para a prática clínica. São Paulo: Summus, 2009.
RIBEIRO, Jorge Ponciano. Gestalt-terapia de curta duração. São Paulo: Summus, 2009.
YONTEF, Gary M. Processo, diálogo e awareness: ensaios em Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1998.

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