Apresentação

Este blog tem como objetivo divulgar e compartilhar meu trabalho na Psicologia, publicar produções e reflexões sobre minha prática, sobre a pessoa e seus relacionamentos. O nome Ser e Crescer engloba muito de como penso e vejo o ser humano e me dirijo às pessoas com quem trabalho. Remete à beleza do ser como e quem se é, ao respeito, à acolhida e à aceitação incondicional do ser, e ao impulso intrínsico para o crescer. Estou profundamente comprometida com cada pessoa que está diante de mim e com seu crescimento, sabendo que este crescer é realmente possível.







terça-feira, 22 de novembro de 2011

Que a crítica seja construtiva!

          Faz parte do processo de sermos mais saudáveis, autênticos, com mais contato conosco e com os outros, o receber retorno dos outros sobre nós mesmos. Através da crítica, o outro pode nos ajudar a enxergar aspectos de nós que não estávamos vendo, e também a como lidar com estes ou superá-los. Da mesma forma pode acontecer quando fazemos uma crítica num relacionamento. Porém, não é qualquer crítica que facilita o crescimento.  Para que seja construtiva, alguns cuidados são importantes, como:
- criticar a atitude, e não a pessoa. O outro sempre precisa ser acolhido, e não julgado ou depreciado, mas as atitudes sim podem ser criticadas.
- incluir a si próprio na comunicação, ou seja, utilizar mensagens com “eu...” o invés de “você...”, como “eu não gosto quando você faz ...”. Por exemplo “eu me sinto incomodada com a bagunça que você faz na sala”, ao invés de “você é bagunceiro”. Ou ainda “não gosto que você aumente o tom de voz quando fala comigo; sinto que fico sem espaço para falar e que você não me escuta”, ao invés de “você é...”.
- que a crítica seja específica. Procure não dizer frases generalizantes como “você sempre...” ou “você nunca...”. Exemplo: “você sempre faz bagunça”. Ao invés disso, pode ser dito “hoje você deixou seu quarto bagunçado. Por favor, arrume seu quarto”.
- realizar um (ou mais) elogio(s) também quando for criticar, o que facilita a abertura e aceitação do outro ao que irá falar.
- reconhecer o esforço da pessoa, quando há, ou quando não é visto. Por exemplo: “percebo seu esforço para melhorar na escola, mas também sei que consegue ir melhor ainda”. Por outro lado, há situações semelhantes a “parece-me que você não tem se esforçado tanto quanto é capaz. Sei que pode mais. Precisa de ajuda?”.
- empatia: o colocar-se no lugar do outro. Frases como: “imagino o quanto deve ser difícil para você não ser rude com as pessoas, mas assim você afasta os outros”.
- ter presente que a crítica pode ser só uma impressão sua e não corresponder ao que acontece com o outro realmente. Assim, você dizer “você ignora os outros” pode não ser o que ocorre de fato. Talvez você se sinta ignorado, gostaria de mais atenção, esteja carente, e isso é uma experiência que não está relacionado ao outro. Por exemplo, se seu filho tem dado mais atenção aos amigos, não necessariamente ele lhe ignora e não reconhece sua importância, mas pode ser que neste momento do desenvolvimento ele queira estar mais tempo com seus amigos.
          Outros cuidados são importantes, como escolher o momento adequado para criticar, de preferência em que as emoções não estejam muito exaltadas, e que não seja na frente de outras pessoas, a fim de não expor o outro. São medidas simples, talvez difíceis de serem aplicadas pela falta de aprendizado, mas certamente possíveis. Quanto mais forem colocadas em prática, com mais facilidade elas acontecerão. Assim, podemos contribuir com o crescimento dos outros e dos relacionamentos, o que repercute nosso próprio processo.

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