Apresentação

Este blog tem como objetivo divulgar e compartilhar meu trabalho na Psicologia, publicar produções e reflexões sobre minha prática, sobre a pessoa e seus relacionamentos. O nome Ser e Crescer engloba muito de como penso e vejo o ser humano e me dirijo às pessoas com quem trabalho. Remete à beleza do ser como e quem se é, ao respeito, à acolhida e à aceitação incondicional do ser, e ao impulso intrínsico para o crescer. Estou profundamente comprometida com cada pessoa que está diante de mim e com seu crescimento, sabendo que este crescer é realmente possível.







quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Feliz Natal!

Certa vez, ao entrevistar Madre Tereza de Calcutá, um repórter perguntou-lhe o que era preciso para mudar o mundo. A madre respondeu: precisamos mudar eu e tu. Intrigante resposta! Talvez o repórter esperasse algo como: melhorar a educação, a saúde, dar atenção aos pobres.... De fato, são coisas importantes; porém, não é o que de fato muda o mundo. Se eu quero que o mundo mude, que o outro mude, que os relacionamentos mudem, eu preciso mudar. Muitos de fato já falaram isso antes de Madre Tereza e, em especial, Jesus Cristo, a Quem ela própria seguia (e de Quem vinha a força para seu fazer, sua fala e para ser quem era).
 É tempo de Natal, tempo de reflexão, tempo de parada, de mudança. Este é um espaço reservado para assuntos da Psicologia, mas como vejo o ser humano como um todo integrado (com suas dimensões física, psíquica, cognitiva, espiritual, social), não posso deixar de aproveitar este tempo tão precioso do Natal para uma reflexão para além do psíquico, do emocional.
É necessário esforço para perceber o que eu preciso mudar, pois, com muito mais facilidade vemos o que os outros têm de mudar, as suas limitações e dificuldades. Para termos uma referência nesta reflexão sobre mudança, vamos tomar por base o essencial, ou seja, o amor (aqui entendido não como sentimento, mas como atitude). Ele já teve muitas definições, e trago uma bem conhecida, porém sempre nova: “O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” ( Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 13, versículos de 14-17 – disponível em http://www.bibliacatolica.com.br/24/53/13.php).
            Poderíamos desmembrar cada uma dessas definições, mas não há espaço o bastante. Esse amor pode ser vivido nas pequenas coisas, no dia-a-dia, e não requer grandes obras: na paciência no trânsito, num “bom dia” no ônibus, num sorriso ao “carrancudo”, no suportar a limitação do outro, no falar bem do outro, no dar perdão a uma ofensa recebida (mesmo que o outro não esteja arrependido), na paciência no ter de repetir todos os dias que o filho precisa tomar banho (e aguentar um “não quero”); no insistir para que o filho arrume seu quarto (e garantir que ele o faça), e tolerar seu resmungo etc.
            Todos esses valores, essas atitudes não estão à venda nas lojas! Não estão tão divulgadas nas mídias como os brinquedos, os carros, as bebidas..., e facilmente esquecemos-nos deles. No entanto, por nossa liberdade, podemos decidir sempre de novo por eles, e escolhermos por mudar a cada dia. Podemos sim começar por nós a mudança de que o mundo precisa. Faça a experiência!
Por fim, convido-lhe a fazer comigo a oração de são Francisco de Assis pela paz, que vem bem ao encontro dessa mudança que começa por mim.
Senhor: Fazei de mim um instrumento de vossa Paz.
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Dúvida, que eu leve a .
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando, que se é perdoado e
é morrendo, que se vive para a vida eterna!

Desejo um feliz Natal, cheio de amor e paz para você e todos os seus!

* Texto parcialmente publicado no jornal Cidade Leste - edição de dezembro de 2011.

 

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