Certo dia, ao dirigir-me ao consultório, na minha contramão vinha
um menino de uns 5 ou 6 anos, com uma mochila nas costas, de mãos dadas com uma
senhora. A certa distância, ouvi o menino dizer repetidas vezes “arruma e
estraga, arruma e estraga, arruma e estraga...”. Falou também quando passei por
eles e percebi continuar falando quando já me distanciava. A senhora, por sua
vez, não disse uma palavra. Fiquei intrigada com a fala daquele menino! Não sei
o sentido que tinha para ele repetir aquelas palavras, mas fiquei refletindo
sobre elas. Interessante que dali a poucos dias atrás eu estava pensando como
sempre há o que arrumar! Ora a TV estraga, ora o aparelho de som, ora aparece
um defeito nas mochilas das crianças e assim vai! Sempre há algo para ser
arrumado e algo estragando!
Coisas estragam e, por vezes, podem ser
arrumadas. E as pessoas? Não estragamos, pois não somos coisas – embora em
tantos relacionamentos transformamos os outros em coisas mesmo... Porém, assim
como temos que arrumar as coisas que estragam, constantemente temos situações a
ajeitar, problemas a resolver, comunicações por esclarecer, necessidades a
suprir, ajustes a fazer... Esse processo não tem fim. Sempre vai haver alguma
pendência, uma necessidade a atender. Uma grande questão é como fazemos isso. Uma possibilidade é demorar demasiadamente para
resolver um problema que precisa ser esclarecido ou resolvido, outra é agir de
forma muito impulsiva, sem pensar tanto nas consequências da ação.
Outra forma de lidar com a situação é
deixando para os outros resolverem, sem assumir a própria responsabilidade do
problema, ou ainda achar que se pode resolver tudo sozinho, sem precisar do
outro. Há também o jeito de que os sentimentos não importam (nem os próprios,
nem os dos outros) – o importante é resolver... Outro modo é sempre querer
mais, nunca usufruindo realmente daquilo que foi conseguido, ficando-se como
que congratulado e descansado pela necessidade satisfeita. Enfim, há várias
formas de lidar com as dificuldades que aparecem e, muitas vezes, são
inesperadas e escapam da nossa programação e controle. Contudo, podemos buscar
tomar consciência desses como,
dessas formas como lidamos com os problemas, e procurar melhorá-las, a fim de
que sejam mais saudáveis e efetivas.
E você, como tem lidado com suas
necessidades? De que forma percebe e resolve os problemas nas diferentes
situações no dia-a-dia?
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