Trazemos conosco pensamentos tão diversos, opostos e contraditórios, que muitas vezes parecem “vozes” interiores. Essas “vozes” são como se nos dissessem o que devemos fazer, o que devemos pensar, para onde devemos ir, até quem somos.
São ideias que temos sobre nós mesmos,
sobre o mundo, o outro e que, em geral, nos acompanham por algum tempo. Teoricamente,
na perspectiva da Gestalt-terapia, o termo usado para essas ideias é
introjeção. Tratam-se de ideias, crenças, que nos foram ditas, direta ou
indiretamente, pelos outros, e que tomamos por verdadeiras para nós, sem a
devida assimilação. É como se engolíssemos um pedaço de carne inteiro, sem
mastigar, e que fica mal digerido dentro de nós.
Assemelha-se
ainda ao “engolir sapos”, expressão bastante usada popularmente. Os sapos
seriam colocações dos outros que são feitas para nós e que engolimos, sem a
devida reflexão, absorção, questionamento. Pode-se acabar assumindo como parte
de nós, mas, na verdade, era do outro. Por consequência, sentimos ansiedade,
angústia, tristeza, confusão, sufocamento e/ou outros sentimentos. Trata-se de
ideias difíceis de serem reconhecidas e transformadas, pois, em geral, é um
caminho grande distinguir o que são introjeções, e o que são crenças próprias,
minhas, que não são do outro. Porém, é um caminho possível, e muito bonito de
“purificação” e “libertação” do eu.
Colocações como: tu és um(a) idiota; burra(o); medroso(a); um(a) monstro (a), impossível; não presta para nada; não faz nada direito; só arruma confusão; ninguém nunca vai gostar de ti... São muitas possibilidades, tantas coisas que ouvimos e que são ditas por aí, que geram grandes problemas. Imaginemos outro exemplo: um menino, de 19 anos, quer fazer um intercambio no exterior. Sua mãe está insegura, e se sente mal porque iria ficar longe do filho, pela primeira vez (o que é bem compreensível). Porém, ao invés de reconhecer este sentimento e até compartilhá-lo, diz para o filho que ele não deve ir, que ele terá medo e não saberá se defender. O filho, porém, não está com tanto medo, mas, com as falas da mãe, fica confuso, e hesita, postergando sua viagem. Poderíamos trabalhar muito mais este exemplo, mas, para não delongar, ficaremos por aqui. É só para ilustrar como facilmente o outro coloca “coisas” suas sobre nós, que comumente são assumidas, e que geram conflitos, confusões, dificuldades pessoais e nos relacionamentos. Além disso, com facilidade aceitamos essas “coisas” que são colocadas, sendo difícil dar o limite.
O exemplo foi na adolescência, mas acontece em todas as idades e é mais prejudicial na infância, quando o senso de eu e a identidade estão sendo formadas e são bastante sensíveis a colocações externas.
Do ponto de vista pessoal, se eu me dou conta que penso (como uma voz interior) que eu não presto para nada, posso tentar refletir sobre isso, e problematizar esta ideia, tentando flexibilizá-la, com questões como: será mesmo?; em que situações eu sinto que não presto?; o que sinto que faço bem e o que sinto que não faço? Ninguém é bom em tudo e ninguém é mau em tudo. Consigo identificar de onde veio esta “voz”? Alguém me disse ou dizia que eu não prestava para nada (mãe, pai, irmão etc.)? E tentar devolver esta ideia para a pessoa – se ela dizia isso, também era um problema desta pessoa, que não sabia como lidar comigo e, na sua dificuldade, dizia que o problema era comigo. Enfim, são algumas possibilidades.
Livrar-se de introjeções é um caminho, um processo de autoconhecimento e proximidade consigo, de maior contato e que gera crescimento e amadurecimento pessoal. Para tanto, pode ser necessária ajuda psicoterápica, que facilita essa busca de consciência de si e de fortalecimento pessoal.
Colocações como: tu és um(a) idiota; burra(o); medroso(a); um(a) monstro (a), impossível; não presta para nada; não faz nada direito; só arruma confusão; ninguém nunca vai gostar de ti... São muitas possibilidades, tantas coisas que ouvimos e que são ditas por aí, que geram grandes problemas. Imaginemos outro exemplo: um menino, de 19 anos, quer fazer um intercambio no exterior. Sua mãe está insegura, e se sente mal porque iria ficar longe do filho, pela primeira vez (o que é bem compreensível). Porém, ao invés de reconhecer este sentimento e até compartilhá-lo, diz para o filho que ele não deve ir, que ele terá medo e não saberá se defender. O filho, porém, não está com tanto medo, mas, com as falas da mãe, fica confuso, e hesita, postergando sua viagem. Poderíamos trabalhar muito mais este exemplo, mas, para não delongar, ficaremos por aqui. É só para ilustrar como facilmente o outro coloca “coisas” suas sobre nós, que comumente são assumidas, e que geram conflitos, confusões, dificuldades pessoais e nos relacionamentos. Além disso, com facilidade aceitamos essas “coisas” que são colocadas, sendo difícil dar o limite.
O exemplo foi na adolescência, mas acontece em todas as idades e é mais prejudicial na infância, quando o senso de eu e a identidade estão sendo formadas e são bastante sensíveis a colocações externas.
Do ponto de vista pessoal, se eu me dou conta que penso (como uma voz interior) que eu não presto para nada, posso tentar refletir sobre isso, e problematizar esta ideia, tentando flexibilizá-la, com questões como: será mesmo?; em que situações eu sinto que não presto?; o que sinto que faço bem e o que sinto que não faço? Ninguém é bom em tudo e ninguém é mau em tudo. Consigo identificar de onde veio esta “voz”? Alguém me disse ou dizia que eu não prestava para nada (mãe, pai, irmão etc.)? E tentar devolver esta ideia para a pessoa – se ela dizia isso, também era um problema desta pessoa, que não sabia como lidar comigo e, na sua dificuldade, dizia que o problema era comigo. Enfim, são algumas possibilidades.
Livrar-se de introjeções é um caminho, um processo de autoconhecimento e proximidade consigo, de maior contato e que gera crescimento e amadurecimento pessoal. Para tanto, pode ser necessária ajuda psicoterápica, que facilita essa busca de consciência de si e de fortalecimento pessoal.
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