Nos primeiros momentos do
desenvolvimento as crianças passam por questões específicas que requerem um
olhar diferenciado. Além disso, há aspectos gerais que aparecem dos 18 meses
aos 3 anos, como, por exemplo, a prioridade da construção da autonomia. É ainda
importante que a criança tenha momentos livres para brincar e seja desenvolvida
no estabelecimento de elos afetivos tanto na relação adulto-criança, como na
criança-criança.
O olhar para a criança precisa estar
ancorado em alguns pressupostos: toda criança necessita sentir-se e ser amada, bem
quista e importante; a criança é sujeito ativo na construção do conhecimento,
na estruturação da inteligência e de si própria; ela aprende a partir de suas
experiências, ações e reflexões em interação com o adulto, com outras crianças
e com o meio. A criança necessita também ser respeitada no seu próprio tempo,
recebendo aceitação e estimulação para seguir seu caminho natural.
Abaixo, são apontadas algumas necessidades das
crianças entre 18 meses a 3 anos.
· A
exploração do ambiente se dá através das pessoas às quais têm maior apego como
base segura.
·
Em
geral, com 18 meses as crianças já possuem a capacidade de reconhecer a si
mesmas em espelhos ou fotografias, mostrando consciência de si próprias como
seres fisicamente distintas.
·
Há
o começo da aplicação da autodescrição e da autoavalição, conseguindo usar
termos como grande, pequeno, bonito. Isto vai aparecendo mais à medida que
aumentam a capacidade representacional e o vocabulário.
·
As
crianças já mostram que estão aborrecidas pela desaprovação dos pais e param de
fazer algo que não deveriam fazer – ao menos enquanto estão sendo vigiadas.
Este momento estabelece as bases para a compreensão moral e para o
desenvolvimento da consciência.
· Neste
período, a percepção de si e o relacionamento consigo mesma e com os outros se
dá preponderantemente através do corpo.
·
Há
um apego aos objetos que são seus, pois estes são como uma extensão do eu da
criança. É como se as suas coisas fossem parte dela própria e, por isso, há
grande incapacidade ou impossibilidade de dividir. A criança ainda não está
pronta para repartir suas coisas com os outros, já que isto pode provocar
insegurança, na medida em que se trata de dar a si mesma. É preciso que a
criança se sinta muito segura na relação para dividir algo, estando tranqüila
de que o outro irá cuidar com muito carinho do que é seu. Este aspecto vai
ficando mais tranqüilo com o decorrer do desenvolvimento.
·
A
criança vivencia uma certa inquietação motora, que está associada à necessidade
de tocar e explorar o ambiente.
·
Presença
de uma forte curiosidade para perceber e descobrir as coisas.
· Crescente
capacidade para brincar de “faz de conta”, o que indica não somente
desenvolvimento cognitivo como também um caminho saudável para simbolização,
assimilação e elaboração das vivências cotidianas com os outros.
Este texto continuará na próxima
edição do jornal, trazendo mais características desta faixa etária.
* Texto publicado no Jornal Cidade Leste, edição de julho de 2013.
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