Apresentação

Este blog tem como objetivo divulgar e compartilhar meu trabalho na Psicologia, publicar produções e reflexões sobre minha prática, sobre a pessoa e seus relacionamentos. O nome Ser e Crescer engloba muito de como penso e vejo o ser humano e me dirijo às pessoas com quem trabalho. Remete à beleza do ser como e quem se é, ao respeito, à acolhida e à aceitação incondicional do ser, e ao impulso intrínsico para o crescer. Estou profundamente comprometida com cada pessoa que está diante de mim e com seu crescimento, sabendo que este crescer é realmente possível.







domingo, 6 de outubro de 2013

Alguns aspectos do desenvolvimento emocional infantil no período de 18 meses a 3 anos (parte 2)

         
        Dando continuidade ao texto da edição anterior, iremos tratar de algumas características do desenvolvimento infantil, no período entre 18 meses e 3 anos.
Comumente há um exibicionismo saudável, que precisa ser acolhido e não rotulado. Tende a diminuir conforme vai se aproximando dos 3 anos. É uma necessidade da criança de ter a atenção voltada para si própria, em torno dela, sendo que a interação é consideravelmente maior com os adultos do que com os iguais. Este último aspecto também vai diminuindo a partir dos 2 anos, indicando maior interesse pelas outras crianças.
    Em geral, até os 18 meses a criança passou por um período em que atingiu um senso de confiança básica no mundo e um despertar da consciência. Agora, ela começa a substituir os julgamentos dos cuidadores por seus próprios julgamentos. A vontade própria aparece com mais força e ganha destaque. O treinamento higiênico e a linguagem verbal são passos importantes rumo à autonomia e ao autocontrole.
Ao mesmo tempo em que elas querem adquirir mais independência, as crianças desejam se manter próximas aos pais, havendo um medo do distanciamento. “Será que mamãe (papai) vai continuar gostando de mim, vai continuar perto de mim se eu fizer coisas sem ela (ele)?” O ficar cada vez mais tempo longe dos pais e fazer coisas sem eles gera angústia e ansiedade, que vai sendo resolvida na medida em que a criança percebe que os pais estão sempre dentro dela, que a amam sempre e que os pais aprovam e se alegram com sua ”independência”.
É comum neste período as crianças terem pesadelos ou terrores noturnos, que estão associados ao medo de se separar dos pais, bem como as fantasias que este fato gera. A freqüência do pesadelo varia de criança para criança, tendo relação com a forma como os cuidadores lidam com esta questão de independência e dependência. É importante ressalvar que os pesadelos e terrores noturnos podem estar associados a outros fatores, que não mencionei aqui. Cabe observar a especificidade de cada caso. Por exemplo, uma criança que é violentada pode ter pesadelos em função disso.
Os 2 anos são conhecidos como o ano da birra. A criança se mostra mais desobediente, aceitando com menos facilidade as propostas dos adultos. Esta idade é marcada pelo negativismo, a tendência de dizer “Não” como forma de resistência à autoridade. Quase todas as crianças expressam o negativismo em algum grau. Esta característica geralmente inicia antes dos 2 anos, tende a atingir os três anos e meio aos quatro, e diminui aos seis.
Estas reações são importantes, pois através delas a criança mostra que está fazendo um caminho de maior autonomia, independência e autocontrole. Sendo assim, para que a criança passe com sucesso por este período é importante que os cuidadores vejam tais atitudes como normais, esperadas, sem rotular a criança como teimosa e, ao mesmo tempo, lidem com elas de forma tranqüila e firme, sem abrir mão de limites, que precisam ser respeitados.
      * Texto publicado no Jornal Cidade Leste, edição de agosto de 2013.



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