- Pais são sempre pais! Não são amigos, colegas, parceiros....
Cuidado para não confundir os papéis.
O aumento da
autonomia dos filhos, com o crescimento, e da maturidade, pode ser confundido
com uma relação de igualdade, horizontal, que não é verdadeira. Os
adolescentes, mesmo com mais capacidade crítica, afetiva, maturacional,
continuam sendo menores, não adultos e sob a responsabilidade dos pais.
Pais são sempre cuidadores, e não
aqueles que são cuidados. Cuidado com expressões do tipo “olha o que tu me fez
passar”, “não faça isso comigo”, com responsabilizar seu filho por sentimentos,
preocupações e trabalhos que são inerentes ao ser pai/ mãe, e não tem a ver com
algo que ele faça contra você.
As conversas
próximas, as idas a cinemas, festas etc., são sempre momentos de presença e
proximidade importantes, mas nestes os pais continuam pais e não são os amigos.
Os adolescentes não precisam que
os pais ajam como seus amigos, mas como pais. Mesmo que reclamem, chamem de
chato, careta, enfim.
- Afetividade
Procure
conversar com seu filho sobre suas experiências. Pode ser que ele não queira
conversar, mas é importante que ele escute de você que está interessado e
disponível para conversar quando ele quiser e precisar.
Acolha os sentimentos e procure não
criticá-los. É preciso ainda mais paciência para lidar com os sentimentos na
adolescência, pois estes mudam com muito mais frequência. As orientações e
correções, se necessárias, são para atitudes, não para sentimentos. Não há nada
errado em sentir raiva, medo, tristeza, por exemplo. São só sentimentos e
experiências importantes. A questão, o certo ou errado é a atitude que é tomada
diante dos sentimentos.
Por exemplo, se sua filha está muito brava porque
um colega zoou dela, você pode dizer o quanto a entende porque é muito chato
mesmo quando zoam de nós. Cuidado com expressões do tipo “não dá bola”, “não é
nada”, “isso passa”, ou qualquer coisa deste tipo. Depois de acolher, você pode
conversar com sua filha o que pode ser feito diante desta situação.
Se você não souber o que dizer ou fazer, tenha
certeza que fará muita coisa acolhendo os sentimentos e a experiência do seu
filho.
- Limites
Os limites são fundamentais para a saúde
emocional do adolescente. Tenha claro que os limites são cuidado e forma de
amar.
Deixar fazer o
que quer, não responsabilizar, no fundo significa não valorizar, não dar
importância para com o que acontece.
Nenhuma criança ou adolescente irá
pedir: mãe, pai, me dêem limites. Eu preciso de limites!!!! Irá dizer isso de
formas não verbais, na maioria das vezes não tão claras.
Os adolescentes continuam
precisando de limites, assim como quando crianças. Muitas coisas já podem
sozinhos, mas muitas outras não. Ainda não são responsáveis por si
completamente.
Os limites estão vinculados com um sentido
claro, ou de moral, ou de combinações para a boa convivência. Por exemplo, não agredir
verbalmente ou fisicamente irmãos ou pais, se trata de um limite moral. Mas há
regras que são de convivência e combinações da família, como horário das
refeições, horário de dormir, não usar celular nas refeições, enfim. Essas combinações
precisam ser claras, e combinadas entre os pais/responsáveis.
Limites que não são combinados e acordados
entre os pais, tendem a dar problema. Crianças e adolescentes percebem muito
facilmente a incoerência e podem aí fazer aquilo que mais lhe satisfizer, que
não necessariamente será o melhor. Muito provavelmente não.
Limites precisam ser lembrados.
Não tem jeito! Não desista! Todos
precisamos ser lembrados do que precisamos viver, e os pais vivem isso mais
intensamente. Na adolescência já menos do que na infância, mas ainda acontece. Lembrar
do combinando de lavar a louça, por exemplo, diferente da criança que precisa
ser lembrada e conduzida a tomar banho.
Cuidado com liberdades exageradas.
Adolescentes não podem viver trancados no quarto. Os pais precisam conhecer a
rotina dos filhos, e isso não quer dizer invasão ou falta de confiança. É
cuidado. Saber o que costuma ver na tv, no celular, na internet....
- Vínculo
Demonstre afeto, amor. Diga “eu te
amo”, mesmo que a resposta seja “tá, eu sei!”.
Porque o amor sempre é bom que seja
comunicado, tanto direta como indiretamente.
Procure
passar tempo com seu filho, cultivar o vínculo e manter-se próximo.
Ele
está crescendo, mas ainda precisa, e muito, de você.
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