Apresentação

Este blog tem como objetivo divulgar e compartilhar meu trabalho na Psicologia, publicar produções e reflexões sobre minha prática, sobre a pessoa e seus relacionamentos. O nome Ser e Crescer engloba muito de como penso e vejo o ser humano e me dirijo às pessoas com quem trabalho. Remete à beleza do ser como e quem se é, ao respeito, à acolhida e à aceitação incondicional do ser, e ao impulso intrínsico para o crescer. Estou profundamente comprometida com cada pessoa que está diante de mim e com seu crescimento, sabendo que este crescer é realmente possível.







sábado, 19 de maio de 2012

Que vergonha!

A vergonha é um sentimento natural, experimentado por todos nós ao longo da vida, involuntariamente – “surge” independentemente da nossa vontade e controle. Tem intensidades diferentes, que variam de um incômodo que dificulta a ação até uma imobilização total.
 Consiste num sentimento de desonra, humilhação ou rebaixamento diante de alguém. É ainda sentimento de insegurança provocado pelo medo do ridículo.
Sentimos vergonha quando somos apanhados desprevenidos numa situação embaraçosa, nos percebemos expostos, num momento em que não estamos preparados para isso. Sentimos vergonha por uma inabilidade ou limitação física, por dizer algo que não foi aceito, em situações que sentimos que somos incapazes de enfrentar na presença dos outros. Vergonha por ser magro ou gordo demais, por um tombo diante dos outros, por uma parte do corpo que não gostamos (espinhas etc.).
Nessas ocasiões, termos reações físicas involuntárias, como o enrubescimento, o “frio na barriga”, um tremor, acompanhados pelo impulso de cobrir o rosto, se esconder. Pode haver outras reações corporais, como: aceleração do coração, voz trêmula, corpo rígido, tom de voz baixo...
Como todo sentimento, podemos usar a vergonha ao nosso favor. A vergonha saudável nos ajuda a avaliar se um comportamento, ou uma intenção para a ação está em desacordo consigo próprio, com o outro ou com a situação presente, servindo como uma balizadora de comportamento.
Assim, ela nos sinaliza nossos limites. Permite-nos não acreditar que sabemos e temos tudo, impulsionando no sentido de buscar novas informações e aprendizados. Realmente não sabemos sempre o que é melhor e podemos nos enganar. Podemos dizer bobagem e sentir vergonha, o que nos faz deparar com nossas limitações e com a necessidade de aprender mais para não dizer bobagem!
Mesmo sendo um sentimento desagradável, desconfortável, a melhor saída sempre é acolhê-lo. Negar que estou com vergonha não me ajuda a fazer passá-la. Ao acolhê-la, posso refletir no que aconteceu, no que me fez ficar com vergonha e o que preciso fazer para lidar com a situação. Assim, a vergonha pode ser um motivo de ampliar o autoconhecimento, de fortalecer o apoio em si e de crescimento pessoal.
* Texto publicado no Jornal Cidade Leste, edição de maio de 2012.

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