O medo é sentimento de
inquietação diante da noção de um perigo real ou imaginário, ou de uma ameaça a
nosso bem-estar. A pessoa pode experimentar susto, pavor, temor, terror. Por
outro lado, é um sentimento protetivo, pois objetiva nos alertar para que nos
defendamos de algo. Ao ignorar o medo, a pessoa pode estar em perigo
iminente. O medo ainda consiste numa
reação de sobrevivência, pela qual a pessoa que sente medo interrompe o que
está fazendo, buscando prestar atenção na direção do estímulo causador do medo,
a fim de avaliar rapidamente o perigo.
Há diferentes
motivos para o medo, podendo ser: o medo do novo; medo de não ser amado, acolhido,
amparado; medo do fracasso, da vergonha; medo da perda de alguém ou de algo,
além da perda da estima e do controle.
Comumente a
ansiedade acompanha o sentimento de medo. A intensidade destes sentimentos está
relacionada com alguns fatores, como: a severidade e a proximidade da perda que
nos ameaça, a relevância da perda para nós, as nossas forças e capacidade
defensiva – estrutura psíquica e espiritual, além de física –, ao apoio e
suporte emocional nos diferentes relacionamentos e ainda o momento pelo qual se
está passando. Ademais, uma determinada pessoa sente medo e ansiedade de forma
e intensidade diferente do que outra numa mesma situação.
A forma como
lidamos com o medo está relacionada a como nossos pais ou responsáveis conduziam
as situações nas quais demonstrávamos medo, além de como eles próprios lidavam
com seus medos. Lembremos-nos dos medos de escuro, medos de animais, de
fantasias (como bicho papão) e o que diziam para nós sobre isso. Diante de seus
medos, a criança sempre precisa, em primeiro lugar, ser amparada e acolhida.
Quanto mais ela tiver sido amparada e legitimada nos seus sentimentos, mais
facilmente desenvolverá uma auto-segurança e a coragem para enfrentar seus
medos.
É comum as pessoas ignorarem
ou negarem seus medos, o que pode estar relacionado a tentar manter uma imagem
de “ser forte” ou à fuga dos próprios sentimentos. Daí decorre que a pessoa não
se dá a oportunidade de crescer com as situações que aparecem e não desenvolve
um autoconhecimento sólido e uma boa aproximação de si, acabando por viver como
com máscaras, num eu que não corresponde ao que é realmente.
Para um
amadurecimento humano, é importante estarmos atentos para perceber do que sentimos
medo, o que receamos perder, bem como de que forma costumamos reagir diante
dele. Procurar conhecer o que nossos medos dizem para nós em cada situação e o
que revelam de nosso jeito de funcionar e de ser. É importante tentar descobrir
de que perigo exatamente estamos sendo ameaçados.
Lidar
bem com nossos medos requer momentos em que nos colocamos em contato conosco
mesmos, em que seja oportunizado ouvir nossos pensamentos, prestar atenção a
nossos sentimentos. Não é possível fazer isso vendo televisão, por exemplo, ou
tendo atividades para onde dirigir a atenção. É necessário certo sossego para
voltar-se para si, para poder se deparar com seus medos e fazer deles um bem
para si e para os outros.
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