Apresentação

Este blog tem como objetivo divulgar e compartilhar meu trabalho na Psicologia, publicar produções e reflexões sobre minha prática, sobre a pessoa e seus relacionamentos. O nome Ser e Crescer engloba muito de como penso e vejo o ser humano e me dirijo às pessoas com quem trabalho. Remete à beleza do ser como e quem se é, ao respeito, à acolhida e à aceitação incondicional do ser, e ao impulso intrínsico para o crescer. Estou profundamente comprometida com cada pessoa que está diante de mim e com seu crescimento, sabendo que este crescer é realmente possível.







sábado, 23 de fevereiro de 2013

Um pouco sobre o medo


          O medo é sentimento de inquietação diante da noção de um perigo real ou imaginário, ou de uma ameaça a nosso bem-estar. A pessoa pode experimentar susto, pavor, temor, terror. Por outro lado, é um sentimento protetivo, pois objetiva nos alertar para que nos defendamos de algo. Ao ignorar o medo, a pessoa pode estar em perigo iminente.  O medo ainda consiste numa reação de sobrevivência, pela qual a pessoa que sente medo interrompe o que está fazendo, buscando prestar atenção na direção do estímulo causador do medo, a fim de avaliar rapidamente o perigo.
Há diferentes motivos para o medo, podendo ser: o medo do novo; medo de não ser amado, acolhido, amparado; medo do fracasso, da vergonha; medo da perda de alguém ou de algo, além da perda da estima e do controle.
Comumente a ansiedade acompanha o sentimento de medo. A intensidade destes sentimentos está relacionada com alguns fatores, como: a severidade e a proximidade da perda que nos ameaça, a relevância da perda para nós, as nossas forças e capacidade defensiva – estrutura psíquica e espiritual, além de física –, ao apoio e suporte emocional nos diferentes relacionamentos e ainda o momento pelo qual se está passando. Ademais, uma determinada pessoa sente medo e ansiedade de forma e intensidade diferente do que outra numa mesma situação. 
A forma como lidamos com o medo está relacionada a como nossos pais ou responsáveis conduziam as situações nas quais demonstrávamos medo, além de como eles próprios lidavam com seus medos. Lembremos-nos dos medos de escuro, medos de animais, de fantasias (como bicho papão) e o que diziam para nós sobre isso. Diante de seus medos, a criança sempre precisa, em primeiro lugar, ser amparada e acolhida. Quanto mais ela tiver sido amparada e legitimada nos seus sentimentos, mais facilmente desenvolverá uma auto-segurança e a coragem para enfrentar seus medos.
           É comum as pessoas ignorarem ou negarem seus medos, o que pode estar relacionado a tentar manter uma imagem de “ser forte” ou à fuga dos próprios sentimentos. Daí decorre que a pessoa não se dá a oportunidade de crescer com as situações que aparecem e não desenvolve um autoconhecimento sólido e uma boa aproximação de si, acabando por viver como com máscaras, num eu que não corresponde ao que é realmente.
Para um amadurecimento humano, é importante estarmos atentos para perceber do que sentimos medo, o que receamos perder, bem como de que forma costumamos reagir diante dele. Procurar conhecer o que nossos medos dizem para nós em cada situação e o que revelam de nosso jeito de funcionar e de ser. É importante tentar descobrir de que perigo exatamente estamos sendo ameaçados.
          Lidar bem com nossos medos requer momentos em que nos colocamos em contato conosco mesmos, em que seja oportunizado ouvir nossos pensamentos, prestar atenção a nossos sentimentos. Não é possível fazer isso vendo televisão, por exemplo, ou tendo atividades para onde dirigir a atenção. É necessário certo sossego para voltar-se para si, para poder se deparar com seus medos e fazer deles um bem para si e para os outros.

                   

 

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