“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para
plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para
construir; tempo para chorar, e tempo para rir; tempo para
gemer, e tempo para dançar; tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las;
tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se. Tempo
para procurar, e tempo para perder; tempo para guardar, e tempo para jogar
fora; tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo
para calar, e tempo para falar; tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para
a guerra, e tempo para a paz”. (Livro do Eclesisastes 3, 1-8
- http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/eclesiastes/3/).
Pensando no mês que estamos
vivendo, final de 2013, e perto do início de um novo ano, lembrei-me deste
trecho bíblico. Fala-nos de como cada coisa tem um tempo, uma duração. Não
necessariamente há correspondência com o tempo cronológico: o abraço, por
exemplo, não tem como ter tempo definido. Seria um tanto estranho se eu falasse
para meu marido “amor, vamos ficar abraçados por 1min, que é o tempo que eu preciso!”
Trata-se, assim, mais de um tempo subjetivo do que objetivo, do relógio.
Pelo nosso calendário, 2013 está
para terminar. Já se passaram 11 meses e
alguns dias de trabalho, de estudo, de convivências, de encontros e
desencontros, de lazer, de alegrias, tristezas, frustrações, mágoas,
arrependimentos, reconciliações, conquistas, perdas, despedidas e novidades.
Processos..., que acontecem ao mesmo tempo, já que a vida não para pra esperar
que vivamos uma experiência de cada vez!
Acontece de, sem querermos,
precisarmos dar “tchau” para pessoas que queríamos dar ainda muitos “ois”.
Querer dizer palavras e compartilhar experiências que não foram possíveis de
serem comunicadas. Ocorre de ter esperado muito por algo que acabou não
acontecendo. Carinhos que ficaram sem ser dados. Encontros que ficaram
desencontrados. Por outro lado, há objetivos que foram alcançados, há desafios
que foram superados, há afetos que foram trocados; momentos de abrigo e
proteção em meio a dificuldades, alívios em meio a dores.
Processos... E agora, o que fica?
Penso que fica a presença. Presença eu comigo, pois as vivências que passaram
estão aqui, no agora, e não em algum lugar estanque onde pudéssemos voltar e
ajeitar ou viver um pouco mais. Presença comigo, presença com o outro. Muitas
vezes temos dificuldade em aceitar o tempo, e queremos que algo aconteça, mas
que não pode mais acontecer. Então, é importante ficar presente nisso, viver a
experiência do não, e deixar o tempo ter seu tempo. Estar presente no abraço e
no não abraço, para poder viver as duas coisas. Desejo, para você, um bom tempo
de fechamento de 2013, em que você esteja com você, podendo acolher a si mesmo
e viver esta experiência com os outros.
* Texto publicado no Jornal Cidade Leste, edição de dezembro de 2013.
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